sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Agora, que já se passaram meses e tanta coisa aconteceu...

Este blog foi colocado no ar em agosto, quando os trabalhos do projeto estavam ainda engatando e tomando forma. O que existia então eram pilhas de documentos e imagens agrupados grosso modo por categorias e uma tarefa de agora pegar coisa por coisa, limpar, restaurar se fosse preciso, registrar numa ordem e acondicionar devidamente. No caso das imagens, ainda digitalizar tudo numa boa resolução e fazer uma descrição narrativa de cada uma ou de cada série, ou técnica, ou categoria, ou...
Era muita coisa para se fazer. Isto num espaço físico deteriorado, com uma equipe reduzida, scanners e computadores que passavam mais tempo dando problemas que funcionado, pouquíssimo dinheiro e muita burocracia. Problemas comezinhos, dificuldades e contratempos do dia a dia que, junto da correria de final de ano, deixaram muito pouco tempo e energia para se fazer um blog.
A primeira intenção desta ferramenta aqui foi falar do Paulo Menten: o artista e o homem, a vida e a obra, mas, por onde começar, entre as enormes pilhas de documentos, trabalhos, referências, influências, histórias, imagens? Como falar de um artista?... Melhor começar falando do projeto mesmo, deste trabalho que estamos aqui desenvolvendo há meses, do seu significado e sua importância para a memória da cultura em Londrina, o que foi e o que tem sido feito, os diversos fatores que o envolvem, os problemas e a busca de soluções. Enviar o link para todo mundo que possa se interessar e ter algo a dizer sobre o assunto e abrir a discussão.
O acervo de Paulo Menten cobre trinta anos de Londrina e ainda Cornélio Procópio e São Paulo, desde a década de 1950 e ainda antes. Tem alguns equipamentos pesados, prensas de gravura que não são mais fabricadas há décadas, e dezenas de pedras litográficas, já extintas na natureza. Isto além de (ainda numa estimativa não muito exata), talvez sete mil imagens – entre gravuras, pinturas, desenhos, obras de outros – e manuscritos, cartas, textos autorais publicados, livros, revistas de arte, catálogos... Falaremos mais miudamente dessas coisas nas próximas postagens, um pouco de cada vez.
O que importa aqui é dizer que parece que está muito difícil manter estas obras, documentos e equipamentos na cidade. Um arquivo digital do acervo é óbvio que sim, essa é a parte fácil. Mas estamos aqui falando de uma coisa física, que vai de uma oficina de gravura completa, pedras litográficas e muito papel pintado, desenhado, escrito ou impresso. Uma espécie de tesouro cultural. Será que Londrina vai deixar que isso vá embora daqui sem mais? Podemos fazer alguma coisa a respeito? Não sei, mas acho que devemos tentar. A ideia aqui é convidar todo mundo para comentar, colaborar, fazer alguma coisa ou, pelo menos, torcer a favor, ao mesmo tempo em que aprecia recortes da obra original e personalíssima de Paulo Menten mostrada, contada e narrada pelo próprio autor. Que a Arte fale por si mesma.

Um comentário:

  1. Paulo Mente faz sua arte falar por si.
    Este blog preenche uma lacuna na divulgação deste grande artista que escolheu Londrina como sua cidade e aqui produziu, ensinou e deixou grandes obras. Parabéns

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